terça-feira, 30 de março de 2010

Entranhas de Gato

Contos Malkavianos
Entranhas de Gato
Prefácio
Provas Malkavianas em Processo.
Fiz testes na tentativa de me libertar dessa icognita, meu interesse não era as outras pessoas... *senti um leve aroma de CAFÉ, está ficando cada vez mais forte e inressitível quero desse CAFÉ, (desligando Sentidos Apurados) precisava ter certeza, mas eu já tinhas abandonado as certezas há muito tempo... terei que encarar o meu maior medo: o espelho. Desde de que entrei nessa situação de hematófago noturno, não me olhei nos espelhos.
Descobrirei em breve minha situação, vi um corvo revolvendo uma carniça de um gato, sei que descobrirei a resposta para minha atual situação.

Capítulo um
Meu nome é Simon, nasci na capital maranhense, estudei em um colégio público e tive bons amigos, ouvia muito rock gótico. Não acreditava em muitas coisas, mas queria que todas aquelas coisas que envolve o gótico existissem. Nunca tive muitas expectativas a respeito do mundo. Nunca gostei que o mundo tivesse expectativas a respeito de mim.
Sempre admirei a noite, nela saía com os amigos para beber um pouco de cachaça e vinho. A decepção com a vida tomava parte das conversas, embora ríamos, tudo fazia parte de um momento fugaz. Não éramos idiotas, nem ficávamos preso em um choramingar, sabíamos que poderíamos mudar a nossa vida e dar qualquer rumo a ela, poderíamos ser pessoas que tinha uma vidinha à pilha, mas isso era trocar uma miséria por outra. Não valia o esforço. Naquelas noite sempre havia novidades, sempre havia coisas para fazer, não tínhamos pacto com diabo pois nossas cabeças eram sempre cheias de idéias a respeito do mundo, e nos ocupávamos por horas nas nossa indagações.
Nádia, Héric, Lívio e Dina e eu formávamos um grupo bem distinto, todos acima dos 20 e ainda com os sonhos dos 15. Vestíamos roupas góticas, mas mesmo percebendo que já era hora de largar, não conseguíamos. Por vezes o sentimento que pairava era o de ser outra coisa, largar daquele mundo que passou, mas as roupas faziam parte da memória sobre nós mesmos e aqueles trajes não era para marcar a diferença, mas para lembrarmos de que nós éramos.
Nádia tinha um lindo cabelo longo e negro como a noite e seu rosto moreno e largo de índia, vestia-se com um espartilho de camurça com fogosa saia de tule negro e rasgado, às vezes sua maquiagem era propositalmente manchada. Dina era linda, não gostava do nome -Claúdina. Eu sempre sussurrava seu nome quando acariciava seus lindos cabelos cacheados, era gostoso. Lívio tinha um jeito bizarro de se vestir, conhecia mil bandas e todo dia chegava com uma nova. Héric não ia muito além era o único que ouvia todos os tios de música e curtia mais a nossa companhia que o gótico. Eu era muito dependente dos quatro.
Nos primeiros anos de nossa infantilidade, fizemos um pacto de sangue. De alguma forma nos tornamos grandes amigos nos anos seguintes. Não havia um dia em que não nos encontrávamos. Foram anos intensos. Tinha dias em que não era dita uma palavra

Algum Capítulo
1- Falso Amanhecer
Mesmo sem reconhecer a face de Linda, tudo parecia ainda mais triste. Passava ao lado daquele corpo, um corpo em plena perfeição das suas capacidades perceptivas. Poderia me ouvir, sentir minha pele e até o mau cheiro que emanava daquele lugar. Mas aquela garota estúpida não me tinha me trago o gato. Garota estúpida. Era apenas um gato que eu precisava. Nada mais, ela precisava de carinho, ela precisava de conforto, ela precisava de segurança. tudo que as mulheras precisavam, estavam nos filmes, estava nas revistas, nos outdoors, em tudo. Todo mundo sabe do que as mulheres precisam. Linda sabia disso. Eu dei tudo a ela. Só pedia algo em troca, apena uma coisa, um gato.
Não era minha culpa se ela estava naquela situação. Ela não podia ter me perguntado qual era o meu signo, eu estava confuso, não gostava de saber das coisas e nem ser obrigado a responder coisas que eu não sabia a resposta. Eu sou um tipo de pessoa que se deve evitar, ela não aprendeu isso nas suas aulas de astrologia. Linda com sua pele branca e olhos grandes e lábis pequenos, tinha um bom perfume. Não era o perfume comum de mulheres que frenquentam o Lions Bar. Seu cheiro era inconfundível. Acabara de fazer seus 18 anos e achara-se dona do mundo. eu tentei evitá-la pois sua inocência metia-me medo. Não queria fazer mal a ninguém que não merecesse. Ah, pobre Linda, você poderia não ter voltado no final de semana seguinte. Você não era tão inocente como da primeira vez que eu te vi. todos que tentaram ter sua companhia, não conseguiram permanecer nem mais que alguns segundos na tua presença. Tu parecias tão solitária sentindo um misto de observada e inobservância. ninguém via em você o que tu queria que fosse visto. Nem você mesma.
Tu estavas enganada. eu via perfeitamente. você queria ser a única no mundo, só não percebia que era essa única inviolável. Mas teu ser tinha que permanecer oculta. tinha que estar assim como a concha de vênus, não aquela que é banhada pelo mar. mas aquela banhada pelo silêncio e o incômodo de ser pérola. Teu corpo chamava todos os homens, e tua alma chamava apenas eu.
Agora vejo esse corpo calado e inerte, aprendi que o tempo nos faz errar, o tempo nos ensina a errar. Nos ensina a sentir a dor do erro. O que eu fiz de errado? Você não deveria voltar àquele bar. Eu não queria ter chegado na tua mesa como eu fiz, te conquistar não era minha intensão. Eu queria apenas chafurdar em sua alma, não queria que tivesse importância, não para mim. Eu devia ter falado como todos fizeram, mas eu passei por tua mesa sem falar, nem ao menos eu olhei para você, mas teu cançasso te fez levantar e esbarrar em meu braço, esse foi teu erro. Não devias ter ficado entediada, devias ter se entregado a qualquer um descompromissado daquele lugar, todos te queriam! Eu apenas iria suagar teu sangue e te abandonar em uma sargeta qualquer. Nem saberia teu nome.
Mas não! Eu senti a obrigação de ir mais fundo e passei ao teu lado. Eu sabia que, de alguma forma, se não olhasse para você algo surpreendente aconteceria - eu não deveria fazer mais nada. Maldição!!! Somente passei ao teu lado, você não me noto. Mesmo assim você esbarrou em mim, derramando assim minha bebida. Não tinha problema! Não precisava se oferecer para me pagar outra, eu nem iria beber ela mesma. Eu aceitei o seu drink. Aceitei beber com você. Aceitei beber sua dor. Você me ofereceu seu sangue sem saber. Eu aceitei dar a você um futuro que eu jamais desejei a ninguém.
Aqui vejo você - quente, sentindo o queimar de meus dentes - você nem suspira, não como antes. É tão triste vê você totalmente sucetível. Mas o que adiataria, você merecia pagar pelo seu erro. Só que, agora, pode ser a última vez que me alimento de você. Esta tarde, antes de vir me procurar, foi seu último pôr do sol - e você nem sabia disso. Seu corpo caído por não ter trago o gato. Agora eu terei que deixar você morrer. Mas ainda há algo que você precisa fazer. Sua missão não terminou, e não fui eu quem escolheu esse destino. Você ainda não me trouxe o gato. Não posso deixar você ir sem me trazer o presente que você me prometeu!

2-confissões particulares
Daqui eu vejo uma grande cidade, pensei que não havia mais nada a me prender nesse mundo. Eu tinha me acostumado com a morte, não havia mais ninguém para cuidar de mim. Até que fim Deus tinha me posto onde eu queria, eu era como ele, só na imensa solidão das estrelas. Mas Deus sentiu inveja de mim, ao contrário dele eu era feliz, eu tinha um imenso calor. o calor de transformar a vida em alma efervescente. Não havia limite, Ele me fez sem limite de vida poderia ter várias dentro de mim e provar o sabor de cada frustrações, cada alma frustrada que eu consumia descia para a minha mente e eu absorvia sua frustrações, pessoas felizes são frustradas por isso inventam a felicidade. Pessoas alegres são frustradas, por isso inventam a alegria para si. Mas as pessoas tristes, essas não são frustradas, elas são incompletas, falta algo, algo que não chegou, nem podem ser frustradas pois não completaram o seu ser; para serem frustradas precisam serem um todo, ao menos, para serem frustradas. Uma parte não é nada, uma pessoa triste não é nada, é somente um pedaço. Ninguém é frustrado com nada, mas é triste com nada. Sempre fui triste, mas não frustrado; agora eu me sinto como uma leve frustração me acompanhasse, essa frustração não é minha, não pertence a mim. É frustração de uma outra pessoa. me sinto completo às vezes, só para sentir frustração daquela pessoa.